sábado, 28 de dezembro de 2019

Frágil é a palavra que se esconde na fragilidade de um passado recente, no eco de um medo que se ignora ou que fingimos que não sentimos.
Frágil é o abraço que adormece, vazio, sem corpo, sozinho e gelado.
Frágil é a cor que desmaia nas manhãs de outono, nas janelas sem vidro, nos olhos sem pensamentos.
São frágeis os momentos entre as palavras e os silêncios!
Cris Anvago

As pessoas adormecem
Na escassez dos carinhos.
Enrolam-se em si mesmas
Esquecem os seus caminhos.
Amordaçam os gritos
em silêncios desmedidos,
abraçam os vazios
dos espaços
outrora preenchidos.
E, desafinam nas melodias,
nos tempos e nos compassos.
Existem sombras
de passos que não existiram
por preguiça, medo ou cansaço
ficarão trancados na praia do segredo.
Ficam presas as lágrimas
Em gavetas fechadas.
Presos os sorrisos
nos rostos lisos
sem rugas de expressão.
Tudo foi embrulhado
numa noite de inverno
ou, seria de verão?
Não importa, já é tarde
Para soltar a emoção!
As palavras apertadas
não são ouvidas,
não florescem,
já estão de partida…
No vento que se solta
por entre os dedos,
faltam espaços para
carinhos, abraços,
regaços que as acolham.
Cris Anvago

A imagem pode conter: texto, natureza e ar livre


segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Toquei
No toque dos momentos
Absorvidos os sentimentos
No grito que sorri!

Levei
Leve chama no corpo
Tremeu a alma
Intemporal o momento
Longe a calma!

Viajei
Viajei sem bagagem
Numa hora de viragem
Uma bússola avariada
Nos bolsos rasgados
Pelas mãos antes pesadas
De pensamentos encharcados de miragens!!

Voltei
Voltei e sorri
Num sorriso aberto
No toque certo
Leves as palavras
Viajámos nos momentos
Caiu a noite nos silêncios
Sempre fomos tudo
num mundo cheio de nada!
Cris Anvago

(02/12/2017)