sábado, 3 de dezembro de 2016


Teus lábios…

encostados aos meus com carinho,

esperam a embriaguez da paixão

a noite que transpira emoção.



Tua pele,

arrepiada de desejo,

à espera de outro beijo

mais intenso que o primeiro,

fruto de desejos imensos

que inflamam…



O corpo

É vulcão que não esquece

Incendeia à chegada

Ajoelha-se na prece

para que não partas,

porque na despedida padece

em lágrimas que são dores.



Teus olhos

Ficam mar exaltado

Num oceano desgovernado

Sem pressa…



Quem ama

sabe que o desejo é mais profundo,

que não existe outro mundo.



Quem deseja

Percebe sempre quando beija,

que existe um rio

doce onde navega,

um céu onde se perde…



E o infinito é o começo

O sonho é a realidade,

de quem fica e recomeça

a naufragar no oceano,

que despreza o desengano

da vida que já viveu.



Quem beija

Sabe logo que deseja,

muito mais que lábios ternos,

quer loucura e perdição,

viver no precipício é navegar numa outra dimensão…



Quem ama

é louco e inconsequente

porque o que é valioso

não é toda a vida, mas aquele precioso momento!

Cris Anvago

Na noite cheia de emoções,

só quero que os teus lábios

pronunciem o meu nome

como favos de mel…



Doces na união de um sentir doce na pele….



Coração que se entrelaça no meu,

não como um nó,

como um abraço,

unido, sentido,

onde transpira o odor da paixão…



Que os teus lábios sejam mel de amor,

que o teu corpo seja doce desejo…

Num beijo corações, paixões e desejos uníssonos,

que se elevam na noite,

que perduram na madrugada e, que o meu nome,

seja o teu desejo nos orgasmos que se espalham

como flores que nascem,

com cores brilhantes,

num jardim repleto de gemidos

de amantes enlouquecidos!



Que a noite seja um eterno paraíso,

sonhado e sentido,

no mais profundo gemido…

que não sejas tu nem eu!

Que sejamos nós!



Na noite escura que só se oiça a nossa voz,

aquele som, selvagem que nasce, profundo,

na selva do nosso corpo e se propaga na madrugada…

Cris Anvago

Gosto das palavras que enfeitam o meu dia

Dos olhares que me alcançam a alma


Da beleza do vento quando sussurra o teu nome


Da simplicidade das pequenas coisas


Das cores que me vestem nos sonhos por onde navego


No verbo onde não encaixo a palavra, mas sorrio na prosa

onde deixo fluir todo o meu sentir


Gosto do gosto da vida, mesmo nos instantes amargos

existe a doçura com que salpico os meus dias


Gosto das palavras transformadas em gestos

que não terminam quando o sol nasce


Gosto do gosto onde revelo o sonho que ainda não nasceu.

Cris Anvago

Diz-me algo que eu não saiba.

Faz-me perceber

que o mundo

não gira à minha volta,

que sou frágil,

tenho medos…



Faz-me perceber

que todos os dias

são para ser bem vividos,

que o sol não nasce só por querer.



Faz-me perceber

que o “nós” é mais importante que o “eu”!



Diz-me o que realmente pensas,

o que sonhas, o que queres.



Poderia dizer-te

que sei a importância e a força

de sermos nós,

que sei que o mundo gira

independente de mim,

que o amor é o meu alimento

e amar-te é renascer todos os dias...



Tudo isto…. tu sabes?

Cris Anvago

Claustrofobia

 Das palavras apertadas
 entre pontuações esmagadas

 na extravagância do sentir eufórico

 onde nada pode ser tudo.

 
 Circunstâncias desafinadas
 consoantes nas cordas da voz

 guitarra alterada, magoada
 dedilhada com afinco

 na estenografia que ambiciona

 ser a melodia cavalgante!


Não passa de um grito alucinante
 de quem não sabe o que quer!

 
 No medo do amanhecer
 energia gasta

 fantasma de um sonho

 irrequietos os olhos

 seguem as palavras
 inquietos

 esquecem… os gestos!

Cris Anvago
O mistério está no toque ou no sentir?


 No sentido da vida

que, por vezes, não faz sentido...

  

Existe toque sentido,

suave,

prolongado…

aquele que faz a diferença,

na pele

ávida de sentir

o arrepio

da paixão
 absorvida
 pelos poros

que não deixam
que a vida passe sem sentido…

Cris Anvago

A solidão é um grito calado
Profundo e amordaçado
Que nos deixa sem voz
Que nos quer inertes e sós

A solidão é quando a nossa alma se evapora
Na esperança de encontrar um sorriso

Solidão é estar e não querer
É não sentir o seu corpo
É existir sem perceber
qual o seu papel na vida
porque se sente dividida…

A mente e o coração choram
Sem saber como chegaram ao seu limite…

Solidão é o grito calado
De quem quer viver e não sabe como
A liberdade é utopia
A realidade é estar fechado
No seu próprio pensamento
Nas amarras invisíveis
Criadas pela nossa mente

Solidão é sofrimento…

Cris Anvago

Quando te sinto
Naquela hora fora do tempo
Em que a chuva embala um lamento
Na tempestade que se anuncia
Com gotas pesadas de sofrimento

Quando te sinto
Naquele minuto que saltou
Do relógio que não notou
Que eu estava ausente da lua
Que a minha pele transbordou na tua
Entre o amor e a dor de te ver partir
Na chuva que não caiu
mas o vento acordou
o meu olhar que te seguiu

Quando te sinto
Naquela rua deserta
Mas tão completa de gente
que fala de forma incerta
Que ri sem cor no olhar
Que pensa que abraça
Mas finge abraçar
No medo de se revelar

Quando te sinto
Não sei sentir de outra forma
Sem ser aquela me renova
Na esperança de alcançar
O teu profundo olhar

Na voz vazia de medos
Tento entender os teus segredos
No sal das ondas do mar
Cris Anvago

Não tentem aprisionar o meu grito que se estende para lá da linha do horizonte!
Já fui sereia, tubarão, golfinho que dança no mar e dancei em tantas histórias que ignorava sonhar.
Sou o grito do sonho e de um gesto que está por inventar, um movimento triangular que se solta na brisa do vento que sussurra as vírgulas dos lamentos que se perderam.
Já me aprisionaram a vontade de querer ser a pureza nos olhos de um anjo, atiraram-me flechas em palavras cobertas de mel para me confundirem.
Não perturbem a paz que tento alcançar nos murmúrios da multidão que me cerca e me tenta calar.
Solto-me num gigantesco salto na esperança de poder voar mais alto do que sonhei.
Não tentem aprisionar o meu grito!
Na voz das palavras o meu coração desnuda-se em melodias descompassadas, arritmias dos pensamentos que desmaiam no ventre do amor.
Nem tentem…
Cris Anvago

No meu peito a esperança é luz vermelha
Faísca de estrelas
Alicerce do meu sonho
Ilusão que transparece
Nos meus olhos enlouquece
O teu olhar…
Cris Anvago

Eu pensava que viver era correr
Correr para um objetivo

Mesmo não sabendo bem qual.

Depois vi que quando corremos,

Não vemos nada à nossa volta,

Nem ao nosso lado

Fica tudo veloz, desfocado…

Agora penso que viver é caminhar

E bem devagar…

Olhar os pequenos pormenores da caminhada

Sentir o cheiro das plantas

Ouvir os pássaros

Saborear os momentos…

Ver como correm ainda algumas pessoas…

Como eu já corri sem saber bem para onde…

Cris Anvago

Sempre sou o que sinto...na pele as lembranças, no imaginário dos sonhos sou tudo o que quero!
Vivo-me da maneira que me sinto...sonho-me da maneira que me quero...sempre sou o sentir que transborda dos poros...a pele também me revela, no sorrir e no chorar...quando me conseguirem ver terá que ser inteira...porque o sentir é a minha nudez que tão poucos conseguem decifrar…Cris Anvago







A noite nunca é escura quando tenho o brilho do teu olhar…Cris Anvago

Na cidade sou uma formiga…

Na aldeia sou uma abelha…

Cris Anvago

Quantas vezes ficamos presos na teia dos nossos pensamentos

Nem sabemos de onde vem a aranha que nos prende

Porque, mesmo ela, somos nós que a criamos.

Construímos as nossas amarras

Incapazes de nos libertarmos

Do emaranhado de palavras

Entrelaçadas e imaginadas por nós…

Somos complexos no raciocínio, no sentir.

Desastrados quando queremos transmitir

O que verdadeiramente nos vai no coração

Em vez disso, viramos a cara, gritamos não!

Ao que desconhecemos

E nunca viveremos em liberdade assim

Presos na nossa teia,

que cresce a cada dia,

sem nos apercebermos,

que nem sempre é noite, dor, melancolia

Existe o dia, o sol, o querer e o amar

Basta deixar voar o nosso pensamento

Destruirmos a teia

Viver em liberdade

Correr na vida

Como o sangue corre na veia

Sermos fogueira

No amor e no querer

Na paixão e no viver

Amar sem amarras!

Destruir a teia que nos prende…

Cris Anvago

Amar é sentir-te numa outra dimensão…

Cris Anvago

Cansada

Das palavras ocas,

ecos de pensamentos

Sem nexo,

sem reflexo.

Resvalam nas minhas emoções

Toques

Beijos

Sensações e desejos.

Fogueira em chamas

Cores que se levantam

Estalam rumores

Do que se imagina

Queima-se a verdade

Na lavareda da insanidade.

Chamam-me louca

Por sentir a chama

Porque o beijo

No corpo inflama!

Ecos que passam

Desaparecem no silêncio

O toque

A paixão

Nascem no momento…

Quem nunca soube amar

não sente as palavras que escorrem

suave e lentamente

nos corpos que demoram

num beijo que se entrelaça

nos corações que são um

quando se abraçam…

Cris Anvago

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

SORRISO SEM COR


Fingimos um sorriso amarelo

Desbotado, cheio de dor

Disfarçamos a indiferença

Numa tela cinzenta

onde o cinzento é a cor

do desalento, tristeza e desarmonia

na mente não existe o dia

persiste o momento

onde nem se vive a fantasia

de uma ilha encantada

no sorriso sem sabor

não existe ilha nem paixão

murchou na flor o amor

da abelha que se perdeu na multidão

ficou sem rumo e sem destino

sem direção perdeu o néctar

da flor que lhe daria a vida

o toque a satisfação

e tudo parece negro

num jardim que não pode ser sonhado

muitos tentaram pintar o sorriso

que não podia ser desenhado

dor no rosto

solidão no olhar parado

tudo se desfaz num segundo

mesmo sem estar preparado

o corpo fica sem rumo, inerte

é necessário e urgente

o carinho, a paixão, o pecado!

ser força para ser destino

amado para ser amado!

Cris Anvago

AMAR SEM TEMPO


 Nos momentos em desalinho

 Perfeitos em dois corpos suados

 Onde a paixão faz o ninho

 Nos lugares menos esperados

 Os dedos brincam em ti

 Como crianças que sorriem

 Eu entro em ti de noite

 E permaneço todo o dia

 O amor é sorriso

 É paixão suavidade

 Amar não tem razão

 Tempo nem idade

Cris Anvago



Nas memórias do pensamento…


Viste o meu mundo, mas não entraste, talvez porque eu não te abri a porta, porque não te mostrei o que existia dentro dele.

Não te demonstrei que no meu mundo existia o amor, aquele amor que querias sentir, não te disse, não te mostrei o meu mundo! Sem saber, deixei a porta fechada e tu não sabias como entrar.

Acreditaste em frases feitas e boatos construídos.

Não vias em mim o que eu era e queria ser para ti!

Só queria que entrasses no meu mundo, sentisses o calor e caminhasses comigo de mãos dadas, dedos apertados, sorrisos espelhados nas ondas que chegavam devagar aos nossos pés…

Não te mostrei a fotografia do meu coração, não ouviste as batidas sempre que te via, sempre que te sentia…

Fiquei muda nas palavras e as palavras eram escassas. Não sabia exprimir o grito que nascia cá dentro, aquele que dizia que te amava e sentia, só sabia ouvir…

Desconhecias a cor do meu coração, porque eu não te mostrei, não te demonstrei que era da cor do teu, que batia em sintonia…

Não soube abrir a porta do meu mundo para ti…e tu encontraste outro mundo sem mim…

Cris Anvago