Não tentem aprisionar o meu grito que se estende para lá da
linha do horizonte!
Já fui sereia, tubarão, golfinho que dança no mar e dancei
em tantas histórias que ignorava sonhar.
Sou o grito do sonho e de um gesto que está por inventar, um
movimento triangular que se solta na brisa do vento que sussurra as vírgulas
dos lamentos que se perderam.
Já me aprisionaram a vontade de querer ser a pureza nos
olhos de um anjo, atiraram-me flechas em palavras cobertas de mel para me
confundirem.
Não perturbem a paz que tento alcançar nos murmúrios da
multidão que me cerca e me tenta calar.
Solto-me num gigantesco salto na esperança de poder voar
mais alto do que sonhei.
Não tentem aprisionar o meu grito!
Na voz das palavras o meu coração desnuda-se em melodias descompassadas,
arritmias dos pensamentos que desmaiam no ventre do amor.
Nem tentem…
Cris Anvago
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