domingo, 20 de março de 2016

Prende as palavras que se soltam
Junta-as e tenta decifrá-las
Coloca-as no teu peito
Faz delas o teu estado de espírito
Livre, simples e colorido
Espalha a luz do teu sorriso
Num amar sem limites
Ama e sente
As ondas que não são iguais
O sol que nem sempre é perfeito
A lua sempre muda, não é igual
Não te conformes com o que te dão
Luta pelo que queres
Ama-te e revela-te ao mundo
És uma pessoa única!

Cris Anvago
Se me perguntarem porque sou assim, desta maneira por vezes tão tímida, não sei responder. Também não é fácil falar de mim, por vezes quero dizer o que não digo e outras vezes digo o que não quero.

A complexidade que existe neste meu cérebro é tanta, que me deixa muitas vezes baralhada, perdida nos meus próprios pensamentos e atitudes.

Mas, não somos todos assim?

Cris Anvago

NÃO QUERO

Não quero ser sombra inanimada
Daquelas que se perdem na estrada
Em que o tempo corre em desalinho
Quero ser eu a definir o meu destino!

Se, qualquer pedra se atravessa
No sonho que em mim desperta
Terei habilidade para ignorar
E essa pedra sem valor
Saberei como contornar

Uma pedra não é nada
Nos sonhos que moram em mim
Sou vento que se espalha no horizonte
O mar é a minha fonte
De energia sem fim

E, se quiserem derrubar-me
Terá que ser uma tempestade
Porque a minha vontade
É maior que a verdade
Do meu sonho que desperta
As amarras não existem
Nesta mente liberta
De tabus e preconceitos
Tolero tudo, até defeitos
Das pessoas que por mim passam
Desde que não espalhem desgraça
No mundo que construí

No profundo pensamento
Onde me envolvo e elevo
Tudo é esperança e vontade
No mar espalho a realidade
Dos sonhos que permanecem
Na sombra da minha realidade

(Cris Anvago)
Em cada pincel
Uma cor que se vai juntando
A outras cores
Arco iris de sensações
Sentimentos que se espalham
Na tela antes nua e fria
Quentes as cores
Sorriso franco e sonhador
Da artista
Alma que se alinha
Nas cores que se vão insinuando
Na vida, na tela, no sonho que cresce…
Unem-se momentos
Derramam-se sentimentos

Cris Anvago

quinta-feira, 17 de março de 2016

Coração
Não sejas assim
Tão emotivo e ingénuo
Vê que nem tudo é um jardim
Que alguns sentimentos têm fim
Não voes sem destino
Sem veres o caminho
As nuvens, por vezes são escuras,
o sol nem sempre aquece
foge do que te não faz bem
pensa um pouco e esquece
que quem te faz mal
deixa-te doente e triste
o olhar nem sempre é cristalino
o carinho nem sempre é destino
não te piques na rosa
que apesar de bela e perfumada
pode ser cruel, rebelde e, quando se revolta
tudo pica à sua volta
não te deixes enganar pelo perfume
olha e sente…
pede conselhos à razão
não sejas ingénuo meu coração!

(Cris Anvago)

terça-feira, 15 de março de 2016


AS CASAS TÊM EMOÇÕES

Nas ruelas escondidas das vielas
As casas ainda têm vida
Ainda escorrem das janelas
As emoções nelas contida
Os sorrisos e as lágrimas das pessoas
que outrora essas casas habitaram
ficaram nos cantos escondidas
Em silêncios as vozes se abandonaram
No frio os corpos se enlaçaram
Eram mudos os gritos de paixões
e segredos que escorregavam pelos dedos
nas mãos cansadas de esperar por um afago
entre vozes trinadas e quentes
ao longe ouvia-se um fado
nas janelas fechadas com cimento
já não se ouvem risos
nem se calam lamentos
As casas têm vida
escondida dentro delas
e mesmo cimentadas as janelas
ainda escorrem as paixões
no tempo em que o sol
reflectia nas paredes amarelas
O sorriso dentro dos corações
As casas ainda têm emoções!

Cris Anvago
Lágrima
Que corre
Escorre pelo corpo
Transforma-se
Em oceano de soluços
Desespero em ondas
Soltas gritam baixinho
Lágrima
Que se junta a outra lágrima
Abraçam-se e choram
Como se nunca fossem secar
Lágrimas
Salgadas como o mar

Cris Anvago

Não atires para o ar palavras que desconheço
Vou deixá-las cair
Simplesmente porque não as sinto
Palavras têm que me dizer algo
Têm que se entranhar na minha pele
Acariciar-me o coração
Fazê-lo sorrir ou chorar
Despertar algum sentimento
Não atires metáforas sem sentido
Não vão melhorar o meu ser
Não vão ficar na minha memória
Vão ser migalhas esquecidas
Na noite sombria e fria
Sem razão para fazerem parte de mim
Fala-me de sentimentos que conheço
De razões, feridas, sonhos ou solidão
Desprezo, injustiça, sol ou escuridão
Pedras, facas, sonhos, vida!
Fala-me de algo que conheço
Dor, desespero, paixão e amor
Abraço sentido
Beijo profundo e vivido
Não me fales do abstracto
Fala-me do que é real
Que eu possa sentir na pele
Que fique retido em mim
Em toda a minha eternidade
Fala-me de ti
Fala-me de mim
Na forma como me sentes, sonhas, lês
Mesmo no silêncio
Consigo ouvir o teu coração que sente
As tuas veias que pulsam
Podes arquear as sobrancelhas
Em dúvidas nas estradas passageiras
Das mãos calejadas de longas jornadas
Vividas e sofridas
Fala-me de tudo o que não seja vazio
Fala-me da tua realidade com verdade!

Cris Anvago
Vesti-te com os meus sonhos
Para que pudesses sonhar comigo…

Cris Anvago

segunda-feira, 14 de março de 2016

ALEGRIA E TRISTEZA

Sou alegre e sou triste
As melodias que cantam na guitarra
Dizem como sou, mostram a minha garra
Corre a melodia
No dia mais quente
Na noite mais fria
Corro desvairada
Nas palavras que quero escrever
Mas acabo por esconder
Os meus mais secretos desejos
E, são breves os beijos
Que se trocam ao luar
Mão frias em corações quentes
Corpos que se querem abraçar
Sou alegre
Nos momentos dos sorrisos sinceros
Tristes nos momentos em que não percebo
O que quero e não quero
Dúvidas que me vestem
E demoram na minha mente
E eu, descrente, por vezes de mim
Deixo-me levar no rio
Como folha que caiu
Deixo-me levar
Para não me magoar
O pensamento pára
Por momentos
E só existem sentimentos
Nas mãos que me tocam
Sou alegre
por momentos…

Cris Anvago

DESENHO ENQUANTO ESCREVO

Escrever é sonhar
Esconder-se entre as palavras
Que se querem soltar
Livres sem grades a aprisionar
Os pensamentos que vagueiam
Ora é um grão de areia
Numa qualquer praia deserta
Ou uma corrida desenfreada
Com desejo de chegar à meta
Vitoriosa gritar
Que o esforço foi enorme
Mas compensador
E vibram as palavras
Entre sorrisos e lágrimas
Querem ser lidas
Percebidas e amadas
Que as levem no peito
As guardem na mente
Que sejam a semente
Para grandes emoções
Alojam-se nos corações
Em abraços fortes e sinceros
As palavras têm asas e voam
Na paisagem branca
Que se transforma em tela
De amor, flor, aguarela
De um sentir tão grande
Homenagem singela
Ao sentir de quem ama
Sofre, chora, ri, vagueia
Entre a solidão, a noite e o dia
Entre a luta, o grito e a harmonia
Quem escreve
Desnuda-se por inteiro
Não é sentir passageiro
É alma que se entrega
E de cansaço, por vezes desmaia,
Entre a caneta que carrega
A sua dor, melancolia
Mas o que gosto mesmo é da palavra que ri
Que ama e que voa
Que passeia em ti
Palavra que não magoa
Escrever é ser
Tudo o que nem se imaginou existir dentro de si
Soltam-se as emoções
No papel já desbotado
Pela chuva da lágrima que cai
Por dor, alegria ou magia
Só pelo facto de existir
A complexidade aparece
A palavra…que não se esquece…

Cris Anvago

No deserto de um quarto
Só quero que saibas que penso em ti
Ouve os meus pensamentos
Quero-te sempre mais do que digo
Estou doente de saudade
Penso em ti
Aqui, um pouco longe
O vento traz-me notícias
Do teu sorriso
Do teu olhar
Segue-me para onde vou
Estou febril e carente de ti
Não quero sentir-me só
A liberdade que te dou
É para te sentir mais
Quero que sejas pássaro
Que canta no ramo que escolheres
Desde que cantes para mim
No deserto árido
De um qualquer quarto de hotel
A tua ausência é presença constante
Olho-te no espelho
Onde não me vejo

Cris Anvago  
O meu coração gosta de mimos
Faz-me cantar e sorrir
Transforma o meu dia
Com a tua chegada
Deixa-me dançar no teu sorriso
Ser esplendor e alegria
O meu coração está acostumado
A ter-te ao meu lado
Junto no meu abraço
Assim sem ter um porquê definido
Tudo se transforma
Nas madrugadas que engolem as noites
Frias e sombrias
Tu transformaste as minhas noites
Em magia…

Cris Anvago
Oferece-me o teu amor
No teu corpo
Inventado com poesia
Em palavras dispersas
Amor podes vir
A qualquer hora
Sou a brisa nas árvores
Que acolhe o teu sol
Serei aquele pássaro
Que canta alegre no tronco
De uma qualquer árvore
Não quebres a magia
Acompanha-me
Na melodia que nos move
A noite será breve
Mas memorável

Cris anvago
Algures…
No meio das reticências das palavras que não dizias…
Olhava para ti…
E lia nos teus olhos o contrário do que me dizias…

Cris Anvago
És laranja doce
Que me renova
As forças renascem
Desperta a paixão
Em cada gomo
Sôfrega é a sede
Doce e amarga
A noite lá fora
Que se esvai
Num ápice
És alegria
Que abraça a minha tristeza
Refresco-me em ti…

(Cris Anvago)
Tardes sem fim
Sem ti
Olho o sol que desaparece
Nasce a lua
O desejo de mais uma vez ser tua
És a magia
Na noite que adormece lá fora
No meu corpo desperta o fogo
Que acende todas as noites
Numa madrugada sem hora
Nos meus braços
Enlaço o teu corpo
Guardo-te no desejo
De te ter em mim
Até de manhã…
Em todas as manhãs
Sem fim…

(Cris Anvago)
Visto a tua memória
Enfeito-a com pétalas de rosa
Sei inventar a fogueira que nasce em ti
Dou tudo o que de bom existe em mim
Acordo os sonhos mais belos
Construí um livro de poesia
Só para ti…
Sempre quero inventar mais que amor
Mais que desejo
Sem choros, só gritos de paixão

(Cris Anvago)
As palavras não devem ficar distantes
Os corpos não devem ficar ausentes
Breves devem ser os silêncios
Os olhares devem ser brilhantes

Caladas as dores realçam os seus gritos
Pássaros em gaiolas gritam aflitos
Não percebes quando o sol desaparece?
Só descobres quando o teu corpo arrefece?

As palavras devem unir-se como pétalas
As tuas e as minhas, em sintonia
Só assim pode surgir a magia
As noites ficam completas

Surge o sol em alegria
Nasce o dia e continua a magia…
Cris Anvago

domingo, 13 de março de 2016

Sou assim
Meio desajeitada, meio perdida, um pouco tímida

Sou assim
Gosto de falar e que falem comigo
Trocar ideias, projectos, adoro completar sonhos

Sou meio perdida
E, os silêncios têm um lugar certo na minha vida, nem demais nem de menos e sempre nas horas certas.

Sou assim
Confio e fico magoada quando não confiam em mim
Quando aparecem reticências vindas do nada
Nevoeiro denso, que aparece sem se saber de onde

Sou assim
Sol mesmo que seja tímido atrás da folhagem de uma árvore
Aquela árvore que tenta sempre manter-se de pé…

Sou assim
Tento expandir os meus braços e abraçar quem gosta de mim…

Cris Anvago

DIA DE FESTA

No apartamento de cima,
uma voz em surdida
Cantava um fado,
gritava a vizinha
porque achava que o fado
estava muito desafinado.

E o galo esganiçado
Num quintal ao longe
Grita desalmado
Acordando o miúdo
que finalmente
dormia descansado.

O bairro se agita
Fecha-se a janela
Num apartamento,
que se julgava desabitado.

E, quem trabalhou de noite
fica irritado, pelo barulho desarrumado
Que entra por todo o lado.
No seu quarto, na cama
dá voltas e grita
Que ninguém merece,
que toda a gente esquece,
que está exausto e cansado.

Ignorância dos jeitosos
Que, em fatos novos,
se preparam para a festa começar.
E, as crianças que correm
outros que jogam nos “tablets”
que os pais lhes acabaram de comprar,
para comerem descansados,
conversarem animados,
no domingo que querem descansar.

Expande-se a gargalhada
E o vinho não tem medida
Acompanha as febras
acabadas de assar
.
O bairro está em festa
E não deixa descansar
Quem de noite
Esteve a trabalhar.

Cris Anvago​
Tenho tudo para te dar
No toque que se encanta
Na madrugada que canta
O teu nome a gritar
Vibro em ti
Numa doce viagem
Miragem sem fim
Gritos que o vento leva
Chuva a que o corpo se entrega
Saudade, vento, mar
E a pele sempre a respirar
Nos poros mar de ilusão
Lábios que te vão beijar
Sentidos prontos para amar
E tu, com olhos no chão
Vestes a fantasia
Afastas a solidão
Acolhes a minha mão
No regaço feito alegria
Grita! Geme! Canta!
Tudo ao mesmo ritmo
Que o meu amor é canção
No teu peito revela-se o grito!
Paixão, amor e sedução
Pele, carinho e emoção
Corpos colados
Não querem separação…

Cris Anvago
O corpo fica eletrizado
Pelo toque da ternura
É amar sem pecado
É um corpo amado
Na chama viva da loucura
Lábios expressivos
Doce intenso beijo
Seios que riem vivos
Imaginação no desejo
Coxas dançam na melodia
Mais forte a fantasia
Mãos que se perdem
Ventres que fervem
Olhares que se cruzam
Paixões que se exaltam
Amantes que recusam
A manhã que quer acordar
Mais um toque, um olhar
Corações que sobressaltam
Intensidade, grito, loucura
Noite vivida no verbo amar
E, vivem os amantes na noite que antes era escura…

Cris Anvago
A culpa não é da lua
Quando a intensidade da luz está em mim
Quando sou mais do que conheces
Quando me descobres mais um pouco

A culpa não é da lua
Foram as nuvens que esconderam o meu brilho
O nevoeiro que sabia da minha timidez.
Se falo mais do que estás à espera
Se me liberto dos tabus
Salto muros
A culpa não é da lua…

Mas, se estou mais quente
Se queimo com o meu olhar
Se o meu toque te faz ser mar
Se o teu sal fica em mim
Se passeias pela minha pele e te queimas…
Então a culpa é do sol…

Cris Anvago