domingo, 28 de junho de 2015


    Murmurei entre os segundos que teimavam em correr, no relógio louco que gargalhava e troçava de mim.

    De voz já cansada, o som mudo do teu nome ecoa no meu cérebro.

    Na minha pele a tua essência inunda os poros abertos e despertos de ti.


    Na ausência do tudo, já nada era o que pensava, porque os pensamentos estavam mais confusos que o relógio que rodopiava, insistindo em caminhar, no único círculo que ele conhecia. Tão limitado este relógio que não se atreve a ultrapassar a sua própria linha.

    Parece-se com algumas pessoas que não se atrevem, não vivem e são prisioneiros das horas.

    Eu não quero relógios! Já foi tempo em que os colecionava, ultrapassei o círculo, construí rectas, curvas e contra curvas nos minutos da minha vida. 

    As horas são como eu quiser! Como me apetecer! Não têm correntes nem regras a seguir! 
    (Cris Anvago)

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