Murmurei entre os segundos que teimavam em correr, no relógio louco que gargalhava e troçava de mim.
De voz já cansada, o som mudo do teu nome ecoa no meu cérebro.
Na minha pele a tua essência inunda os poros abertos e despertos de ti.
Na ausência do tudo, já nada era o que pensava, porque os pensamentos estavam mais confusos que o relógio que rodopiava, insistindo em caminhar, no único círculo que ele conhecia. Tão limitado este relógio que não se atreve a ultrapassar a sua própria linha.
Parece-se com algumas pessoas que não se atrevem, não vivem e são prisioneiros das horas.
Eu não quero relógios! Já foi tempo em que os colecionava, ultrapassei o círculo, construí rectas, curvas e contra curvas nos minutos da minha vida.
As horas são como eu quiser! Como me apetecer! Não têm correntes nem regras a seguir!
(Cris Anvago)
Sem comentários:
Enviar um comentário