segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

PALAVRAS DE OUTONO

Num poema
Rasgado
Onde os versos se desencontram
As palavras não têm voz
Caladas adormecem na janela da noite
Num poema
Onde a lua não brilha
Onde a vontade desanima
Na frase não dita.
No fundo encontram-se os passos
Que vagueiam pela noite
E, o dia não nasce enquanto o sorriso não chega
Lutam os dedos nas teclas
Na construção de um poema embargado na emoção
O sentir está adormecido mudo, sem perdão
Como folhas de outono
Caídas no chão, sem cor, sem vida
Letras que se baralham e atropelam
Na vontade de vencer o vazio
Da luta que se ergue
Com vida! Com força!
Onde um rio quer ser mar!
Num poema onde o futuro seja agora!
Num poema sem lágrimas
Onde o sol se liberta da noite
E, em todas as horas existe luz!
Poema que grita, ama e vive!
Hoje
Esse poema não existe, rasguei o papel e as palavras serão sementes num chão fértil de lágrimas de outono…

Cris Anvago

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